Megaoperação contra organização criminosa prende mais de 30 suspeitos em Salvador
400 profissionais foram mobilizados para a operação
Uma semana depois da megaoperação para conter a expansão do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou nas mortes de quatro policiais e de 117 suspeitos, a Polícia Civil da Bahia deflagrou uma operação para desarticular o núcleo armado e financeiro da mesma facção criminosa no estado. Batizada de Operação Freedom, a ação, que acontece nesta terça-feira, já resultou na prisão de 31 pessoas. Os agentes estão nas ruas para cumprir 46 mandados de busca e apreensão, de forma simultânea, na Bahia e no Ceará. Os alvos são suspeitos de envolvimento em homicídios e na expansão do tráfico de drogas em Salvador e outras cidades da Bahia.
Na operação desta manhã, os mandados estão sendo cumpridos em Salvador, nos bairros da Liberdade, Uruguai, Pernambués, Narandiba e Areia Branca, nos municípios de Aratuípe e Ilhéus, e também na cidade de Eusébio, no Ceará. Mais de 90 ordens judiciais foram expedidas e estão sendo cumpridas ao longo do dia. Mais de 400 policiais civis e militares participam da operação.
Além das ações de prisão e busca, a Justiça da Bahia ainda determinou o bloqueio de 51 contas bancárias ligadas ao grupo investigado. De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os resultados da operação devem contribuir para a investigação de cerca de 30 assassinatos ocorridos na capital baiana.
Durante a ação, a polícia prendeu um casal apontado como integrante do Comando Vermelho e foragido da Justiça da Bahia. Luís Lázaro Santana Alves, conhecido como LL, de 32 anos, e sua esposa, Marielle Silva Santos, de 31, foram localizados na cidade de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará.
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LL é apontado pela polícia como um dos chefes do Comando Vermelho, responsável por comandar a logística de drogas e armamentos, além de autorizar crimes nos dois estados.
Após a localização dos alvos, o casal foi conduzido à sede da Delegacia de Narcóticos (Denarc), onde foram cumpridos os mandados de prisão temporária expedidos pelos crimes de tráfico de drogas e de integrar organização criminosa.
Os agentes realizam as tratativas para a transferência dos presos, que deverão cumprir a decisão judicial em solo baiano.
A série de reportagens "Conexões do Crime" publicada pelo Extra, a partir do dia 19 de outubro, mostrava que o CV estava presentes no Distrito Federal e em 25 estados brasileiros, incluindo a Bahia. A série mostrou ainda que, além de espalhar seus tentáculos por outros estados, o CV transformou o Rio em um espaço de intercâmbio, onde chefes da facção, espalhados pelo Brasil, ganharam blindagem e passaram a controlar territórios à distância, escondidos nos grandes complexos cariocas, o que deu estabilidade aos negócios.
A lista dos suspeitos mortos na megaoperação da semana passada dá uma pequena mostra disso: dos mortos, 12 eram apontados pela polícia como lideranças da facção em suas regiões de origem. Quatro deles eram da Bahia; os demais, de Goiás, Pará, Amazonas e Maranhão.
Reprodução: O Globo



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