‘Guerra aberta nas ruas das capitais’, diz Rui Costa sobre confrontos
Segundo o ministro, será realizada nesta terça-feira (26) uma reunião com o Ministro da Defesa, o ministro Flávio Dino e a Abin, para discutir alguns
O ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Rui Costa, concedeu uma entrevista para rádios baianas na manhã desta terça-feira (25), em que falou sobre a situação da segurança pública no estado.
Flávio Dino promete intensificar operações
O ministro Flávio Dino afirmou, em reunião com Jerônimo Rodrigues na segunda-feira (25), em Brasília, que as operações conjuntas entre as forças policiais da Bahia e a Polícia Federal serão intensificadas no estado.
"A Polícia Federal já está atuando em parceria com a Bahia há várias semanas, com operações integradas, e agora essa aliança está entrando numa nova fase. Nós vamos intensificar essas operações conjuntas”, disse o ministro.
Segundo Jerônimo Rodrigues, a reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública consolidou a estratégia de trabalho entre o Governo Federal e o Governo da Bahia em relação as ações de segurança pública no estado.
“O objetivo é consolidar uma estratégia que a gente vem trabalhando desde o início do governo Lula. Viemos fazer ajustes para melhorar cada vez mais as nossas ações de segurança pública em nosso estado. Já é possível ver, a cada dia, a Polícia Militar e a Polícia Civil da Bahia trabalhando em parceria com a Polícia Federal, e estamos traçando, a partir daqui, novas ações”, destacou Jerônimo.
No domingo (24), Flávio Dino falou sobre a onda de violência na Bahia. Somente em setembro, foram registrados até então 46 mortes em operações policiais, incluindo a do agente federal, Lucas Caribé, morto em confronto entre policiais e um grupo criminoso no bairro de Valéria, no dia 15 de setembro.
O ministro avalia que o quadro da segurança pública na Bahia é "muito desafiador", mas descarta uma intervenção federal pois entende que o estado está trabalhando em conjunto com o Governo Federal.
Blindados
Na última semana, três viaturas blindadas da Polícia Federal chegaram à Salvador. Os veículos serão utilizados para reforçar o combate a violência no estado.
De acordo com a Polícia Federal, os blindados serão utilizados por equipes do Comando de Operações Táticas (COT) e do Grupo de Pronta Intervenção (GPI). O envio dos veículos, que são utilizados por outras superintendências regionais, estava na programação da instituição.
"As viaturas estavam definidas para reforçar o nosso trabalho. Não se trata de uma medida nova. Outros estados têm os seus blindados e, agora, a Bahia está sendo contemplada", explicou o Superintendente Regional da PF na Bahia, Flávio Albergaria.
Em entrevista exclusiva a TV Bahia na terça-feira (19), o superintendente explicou de que forma os veículos serão utilizados nas operações.
"Os veículos blindados ajudam nesse trabalho porque nos propiciam ter uma ação mais rápida, cirúrgica e eficiente. Então, em determinada localidade, que a gente tenha mais dificuldade de chegar com veículos convencionais, o veículo blindado chega de forma muito mais rápida, muito mais célere e mobilizada, e até mesmo não atrapalhando a comunidade local. O veículo blindado nos dá essa possibilidade de alcançar esse objetivo de forma mais segura e célere. [...] Ele minimiza o confronto em determinadas localidades", explicou.
O superintendente explicou ainda que os veículos vão contribuir para o trabalho investigativo da Polícia Federal, ajudando no escopo de atuação integrada da FICCO, com as polícias Civil e Militar, além de reforçar a atuação contra grupos criminosos em toda a Bahia. Flávio Albergaria também negou que novos agentes serão enviados ao estado.
Com o reforço, a PF baiana passa a atuar com cinco veículos blindados nas operações da força-tarefa de segurança no combate ao crime organizado. A força de segurança que reúne PF e polícias Civil e Militar está atuando com 400 homens.
Secretário diz que facções têm poder bélico nacional
Em entrevista exclusiva para a TV Bahia, o Secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), também analisou o quadro de violência.
"Temos trabalhado em ações para alcançar lideranças dessas facções, muitas delas, inclusive, em outro estado. É um fenômeno nacional. Essa dinâmica do crime não é só em relação local, mas com ramificações e esconderijos em outros estados da federação", declarou o secretário.
O gestor da pasta destacou também o poder bélico dos grupos criminosos que atuam no estado.
"As facções do estado da Bahia, com um sistema importado de outros estados da federação, têm demonstrado um poder bélico e isso se reflete no grande número que nós tivemos de armamento apreendidos esse ano", explicou.
Créditos: Ibahia