"Não saímos à noite": entenda como a violência atinge turismo em Salvador
Cancelamentos de viagens chegam a 5%

Em meio aos braços pintados de branco, fitas do Senhor do Bonfim amarradas nos pulsos e as dezenas de selfies em pontos turísticos, o sentimento de insegurança também marca as viagens de turistas que visitam Salvador. As notícias sobre tiroteios na capital e as mortes de 11 pessoas em quatro dias rodaram o Brasil, o que acendeu o alerta para quem vem de fora do estado. Evitar sair à noite e andar desacompanhado na rua, além de pesquisar antes de visitar certos bairros são algumas das medidas de precaução tomadas por turistas que passaram o feriado prolongado na cidade.
A professora Isabela Galindo, 46, é de Alagoas e veio com o marido acompanhar a filha que participou de um torneio de ginástica rítmica, em Lauro de Freitas. Antes de chegar ao aeroporto, ela já estava ciente dos episódios de violência que aconteceram na capital durante a semana. As notícias que apareceram em telejornais nacionais amedrontaram a família, que evitou fazer passeios durante a noite durante a viagem.
“É uma pena ver que uma cidade tão bonita tem esses problemas de violência. A gente ficou com medo e estamos evitando sair à noite, a sensação é de que não conseguimos relaxar”, contou. Isabela e o marido passeavam no Pelourinho na manhã de sexta-feira (8). Um dos pontos turísticos mais famosos de Salvador estava tomado por grupos de turistas, que acompanhavam encantados cada ponto visitado.
Na sexta-feira (8), a ocupação hoteleira de Salvador estava em 76%, mas a expectativa era que a taxa aumentasse durante o final de semana. Os hotéis localizados na orla, em bairros como Stella Maris, Itapuã e Barra eram os que tinham as maiores ocupações, acima de 91%. Nem todos concordam com o impacto da insegurança na chegada de turistas na capital baiana. Silvana Rós, vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo (Fenagtur), é um exemplo disso. “Estou com 140 clientes atualmente e todos os grupos que estavam agendados vieram. Não recebi nenhum tipo de insatisfação, desistência ou comentário”, diz.
Créditos: Jornal correio