Incêndio atinge área de parque que abriga casarão onde morou o poeta Castro Alves
Parque Solar Boa Vista, no bairro do Engenho Velho de Brotas, é conhecido por abrigar o casarão histórico que foi moradia do baiano eternizado na literatura brasileira como "Poeta do Escravos".

Um incêndio atingiu parte da vegetação do Parque Solar Boa Vista, no bairro do Engenho Velho de Brotas, em Salvador, na noite de quarta-feira (26). O espaço é conhecido por abrigar o casarão histórico que foi moradia do baiano Castro Alves, eternizado na literatura brasileira como "Poeta do Escravos".
Construído no século XVIII, o imóvel foi destruído por um incêndio de grandes em janeiro de 2013. Quatro anos depois, o g1 publicou uma reportagem mostrando que anos se passaram, e o local seguia sem reparos.
Na ocasião, do lado de fora da estrutura, havia acúmulo de entulho e até pneu com água parada, situação propícia para a proliferação do mosquito aedes aegypti, que transmite dengue e outras doenças. O imóvel estava destelhado, com rebocos espalhados pelo chão, vigas de sustentação estavam à mostra e mato crescendo entre as paredes.
Dez anos após o incêndio, o casarão permanece marcado pelas chamas que tomaram conta do local e pelo abandono que amedronta moradores da região.
O Parque Solar Boa Vista é gerido pelo Governo do Estado da Bahia e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Neste ano, a Câmara Municipal de Salvador realizou uma sessão especial para debater a situação de abandono e destruição do casarão.
“As principais reclamações são sobre a infestação de pragas e roedores, acúmulo de lixos, a falta de cuidados no local, inclusive no ano passado houve um assassinato em plena luz do dia na área externa do parque, apesar da presença da polícia militar, o que passou a gerar insegurança na população vizinha”, disse o vereador Marcelo Maia (PMN), que apresentou o requerimento na Câmara.
Até o incêndio de 2013, funcionava no local a Secretaria Municipal de Educação de Salvador. Em nota divulgada há seis anos, a prefeitura disse que o imóvel, que pertence ao Estado, seria devolvido.
Créditos: G1