Freestyle baiano ganha força e visibilidade com novos talentos e batalhas populares

Você já passou pela rua e se deparou com uma roda de jovens atentos, batidas altas e vozes rimando com intensidade? Essa cena é o freestyle — o improviso que mistura crítica social, vivência periférica e talento puro. Em Salvador, esse movimento ganha cada vez mais força e visibilidade. Bairros como Marechal Rondon, Cajazeiras, Itapuã e o Subúrbio Ferroviário vêm se destacando comocentros de formação de MCs e arenas populares de batalhas de rima.

Mais do que uma tendência musical, o freestyle na Bahia é uma expressão cultural, uma ferramenta de resistência e ocupação dos espaços públicos. Nos últimos anos, a capital baiana viu surgir eventos como a Batalha do 3º Round, Batalha da Alvorada, Batalha do Museu, entre outras, que hoje movimentam centenas de jovens em busca de arte, voz e transformação.

Entre esses nomes está Monarka, MC natural de Marechal Rondon, que representa o novo momento do freestyle baiano. Com títulos como Campeão Interestadual do Intercâmbio Hip Hop 2025 e destaque em seletivas da Red Bull Francamente, o artista é exemplo de como o talento das ruas de Salvador está chegando longe. 

A força do freestyle na Bahia também está na diversidade dos estilos e das vozes. Mulheres, LGBTQIAPN+ e representantes de diferentes vivências vêm ocupando o microfone, mostrando que o movimento está em sintonia com as transformações sociais e culturais que aafetam a juventude negra e periférica.

Além das batalhas, oficinas, rodas de conversa e eventos culturais fortalecem o circuito e criam pontes com outras linguagens, como o grafite, a dança e o audiovisual. 

Vídeos de batalhas viralizam nas redes sociais e chamam a atenção de produtores e curadores de festivais. A Bahia, que já é referência em tantas expressões culturais, agora é também o lugar de uma nova geração do freestyle nacional.