Com cerca de 300 animais, colônia de gatos abandonados em Salvador vira caso de Justiça; entenda polêmica
Local fica em Piatã e há registros de envenenamentos, incêndio e atropelamento.
A situação de cerca de 300 animais, que vivem na colônia de gatos de Piatã, virou caso de justiça. Abandonados, os bichanos vivem no espaço localizado em uma praça do bairro, na região da orla, e são alimentados por voluntários e moradores.
Em 3 de janeiro, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) ingressou com uma ação civil pública para que o município resolva o problema em 15 dias. Prazo que, de acordo com a prefeitura, não será cumprido porque o município não tem para onde levar os animais. A retirada dos gatos, no entanto, será feita, garante o poder público municipal.
A secretária de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), Marcelle Moraes, afirmou que foi necessário selecionar uma Organização da Sociedade Civil (ONG) via chamamento público, apta a receber os animais. O processo já foi iniciado.
"Estamos fazendo o credenciamento para retirar os animais desse local e promover bem-estar e saúde animal. Dar a esses animais suporte veterinário, vacinas, cirurgias caso precisem", disse.
De acordo com a ação do MP, os animais em situação de rua ficam expostos e há casos constantes de atropelamentos. Também há registros de envenenamentos e, em 2021, um incêndio atingiu a colônia. Na ocasião, um animal ficou ferido e outro morreu.
Além de retirar os animais, o órgão solicitou que a prefeitura apresente um plano de ação. Os gatos devem ser levados para uma unidade pública municipal habilitada, onde receberão atendimento veterinário e alimentação, por exemplo.
De acordo com a secretária da Secis, Marcelle Moraes, as pessoas que abandonam os gatos precisam ser identificadas e responder pelo crime na Justiça. Na praça onde fica a colônia de gatos, existem câmeras de segurança.
"Preciso da ação da Polícia Civil, porque temos câmeras e encaminhamos todas as imagens de abandono para eles. Preciso que haja uma ação efetiva em relação a isso, porque nada adianta a diretoria animal instalar câmeras e a polícia não tomar providências em relação ao crime de abandono, que é um crime federal", contou.