Assessora parlamentar presa em Salvador é companheira de líder de facção, diz polícia
Mandado foi cumprido em gabinete de vereador, mas ele não é alvo, afirma delegada
A delegada Márcia Pereira, diretora do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), disse nesta terça-feira (17) que a assessora parlamentar presa em uma operação hoje era companheira de um líder de uma facção criminosa que atua na capital baiana. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no gabinete do vereador Marcelo Maia (PMN). Apesar disso, a delegada diz que o parlamentar não tem relação com o caso.
“Ele (o vereador) não é alvo da operação. Fomos cumprir o mandado de busca porque a pessoa que foi presa, que seria companheira desse líder, trabalha lá. Então a gente achou importante apreender o computador no qual ela trabalha para que a gente possa ver realmente a ação dela relacionada ao tráfico de drogas“, explicou a delegada.
O traficante em questão foi identificado como Ricardo Cabeção, que já fez parte do Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP). O nome da assessora não foi confirmado. “Um líder importante de uma facção que atua na cidade. Tem envolvimento tanto em homicídios quanto tráfico de drogas e tráfico de armas“, explica a delegada Márcia.
A delegada ressaltou a relevância da operação, que envolveu mais de 200 policiais em cinco bairros. “Sete prisões importantes de líderes de uma comunidade que era relacionada ao tráfico de drogas e de armas e lideravam uma organização criminosa que vem efetuando vários crimes aqui na capital“, disse. Ela afirmou que celulares e documentos apreendidos hoje serão avaliados e a investigação vai continuar.
“Hoje a gente vai analisar todo material, tivemos cumprimentos de 47 mandados de busca e apreensão em várias localidades, com identificação de outros que também pegam nessa facção, e a gente vai continuar a investigação“, ressaltou. “Não houve confrontos. Foram mais de 70 mandados cumpridos“.
Todos os presos têm ligação com uma facção que comete vários crimes, inclusive homicídios, fazendo revides a outros grupos criminosos. “Estamos fazendo compartilhamento de provas com DHPP para elucidar alguns homicídios cometidos por eles“, acrescenta a delegada.
Segundo ela, a operação entrou nesta quinta fase decorrente de uma ação policial anterior, que atuou na repressão ao tráfico no Calabar. “E a gente sabia que tinha ligação também com outro bairro, o Engenho Velho de Brotas“, diz.
Vereador
O vereador Marcelo Maia até o momento nãos e manifestou sobre o caso envolvendo sua assessora parlamentar.
Em nota, a Câmara Municipal de Salvador informou que garantiu acesso para que os policiais pudessem realizar o trabalho. "A Mesa Diretora da Casa informa que garantiu acesso a todas as dependências do Legislativo e colaborou para que o trabalho da polícia pudesse ser realizado sem intercorrências", diz a nota.
Operação
Lideranças de um grupo criminoso responsável pelo tráfico de drogas e armas e lavagem de dinheiro foram presos durante a 5ª fase da Operação Noise, nesta terça-feira (17), nos bairros de Engenho Velho de Brotas, Imbuí, Costa Azul, Tororó, Avenida ACM e Piatã, em Salvador.
Entre os mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos durante a operação deflagrada pelo Draco, com apoio de Departamentos operativos e equipes da Polícia Federal, uma assessora de um vereador de Salvador foi um dos alvos presos e teve um mandado de busca e apreensão no gabinete dele, na Câmara de Vereadores.
A mulher é acusada de integrar o grupo criminoso e de envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Também participam da ação policiais dos Departamentos de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Especializado de Investigações Criminais (Deic), Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Polícia Metropolitana (Depom), de Polícia do Interior (Depin), além das Coordenações de Operações de Polícia Judiciária (COPJ) e de Operações e Recursos Especiais (Core), com o Canil da especializada, além das equipes da Polícia Federal, do Comando de Operações Táticas (COT) e Grupo de Pronta Intervenção (GPI), por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
Créditos: Jornal correio